Deixando de lado outros aspectos da pesquisa da Folha, pesquisa interpretada a partir de insistentes interesses, o que me ocorreu: quando um julgamento criminal é colocado em julgamento à opinião pública nacional e mais de cem milhões o rejeitam, mais de quarenta por cento o rejeitam, e o consideram injusto, há algo de muito errado nele. E mais: quando o julgamento necessita, quando o Poder Judiciário necessita, para se legitimar, de pesquisa nacional sobre suas decisões, quando ele, julgamento, é insuficiente por si mesmo, há algo de muito errado nele. Quando o Poder Judiciário, ao invés do mister de pacificar conflitos, fomente e agudiza, há algo dé muito errado nele. E assim, acontece na América do Sul, simultaneamente. Não é mais o campo jurídico, mas o campo do espetáculo, da mídia, da volátil opinião pública, de posicionamento de classe, de eleição, de momento do mundo.
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Autor: Dr. Augustino Chaves é um talentoso Juiz Federal e filho do genial Luiz Gonzaga Mendes Chaves e neto do Tabelião Temóteo Chaves.
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