quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

1ª Tese Musical sobre o gênio do Rock: Raul Seixas!

1ª Tese musical sobre Raul Seixas: gênio da Sociedade Alternativa!
Agosto de 1989 foi o mês de maior desgosto para os roqueiros e fã do gênio Raul Seixas e sua sociedade alternativa. Morria aos 21 dias de agosto o genial Raul Seixas -ou 'Raulzito' para os defensores de religiões alternativas do Rock alternativo, contestador e psicodélico da metamorfose ambulante.
Nascido na Bahia, Raul Seixas foi um dos roqueiros mais populares e dos mais inteligentes em todos os tempos e épocas.
A 1ª Tese musical vai explicar de maneira fácil as letras revolucionárias de Raul Seixas -ouvidas por várias gerações de brasileiros e de brasileiras.
É o que começo a fazer a partir de agora.
Sobre a Música Sociedade Alternativa...
Sociedade Alternativa ,que é título de uma das suas principais músicas, inspirada no guru hippie Aleister Crowley -cuja letra fala contra a Lei, o conservadorismo e até defende o número 666 da besta fera:
Prefiro serEssa metamorfose ambulanteEu prefiro serEssa metamorfose ambulanteDo que ter aquela velha opiniãoFormada sobre tudoDo que ter aquela velha opiniãoFormada sobre tudoEu quero dizerAgora o oposto do que eu disse antesEu prefiro serEssa metamorfose ambulanteDo que ter aquela velha opiniãoFormada sobre tudoDo que ter aquela velha opiniãoFormada sobre tudo.
Ouviu valar de Gita?
#Gita, ou Deus para os hinduístas, é uma música de inspiração hinduísta. Parceiro da letra foi Paulo Coelho, um ex místico que ficou rico escrevendo sobre abobrinhas da auto-ajuda. A letra de Gita fala de uma certa visão linear, cósmica, infinita, panteísta e alternativa da sociedade hindústa da Índia:Eu, que já andei pelos quatro cantos do mundo procurandoFoi justamente num sonho que Ele me falouÀs vezes você me perguntaPor que é que eu sou tão caladoNão falo de amor quase nadaNem fico sorrindo ao teu ladoVocê pensa em mim toda horaMe come, me cospe, me deixaTalvez você não entendaMas hoje eu vou lhe mostrarEu sou a luz das estrelasEu sou a cor do luarEu sou as coisas da vidaEu sou o medo de amarEu sou o medo do fracoA força da imaginaçãoO blefe do jogadorEu sou, eu fui, eu vou(Gita! Gita! Gita! Gita! Gita!)#
Em outros versos de Gita, a dualidade da luz e da escuridão, dos elementos formadores da crença Hindu sobre a Terra, entre outros fatos e crendices orientais, fazem parte dos belos versos dessa canção cantada por Raulzito:
Eu sou a vela que acendeEu sou a luz que se apagaEu sou a beira do abismoEu sou o tudo e o nadaPor que você me pergunta?Perguntas não vão lhe mostrarQue eu sou feito da terraDo fogo, da água e do arVocê me tem todo diaMas não sabe se é bom ou ruimMas saiba que eu estou em vocêMas você não está em mimDas telhas, eu sou o telhadoA pesca do pescadorA letra A tem meu nomeDos sonhos, eu sou o amorEu sou a dona de casaNos pegue-pagues do mundoEu sou a mão do carrascoSou raso, largo, profundo(Gita! Gita! Gita! Gita! Gita!)Eu sou a mosca da sopaE o dente do tubarãoEu sou os olhos do cegoE a cegueira da visãoEu, mas eu sou o amargo da línguaA mãe, o pai e o avôO filho que ainda não veioO início, o fim e o meioO início, o fim e o meioEu sou o início, o fim e o meioEu sou o início, o fim e o meio

Eu nasci há 10 mil anos atrás...

Uma das músicas mais bonitas de Raul é "Eu Nasci há 10 mil anos atrás. Letra critica a História da Humanidade, a Bíblia e outros livros sagrados como não verdadeiros, como se fossem mentirososo, buscando uma história secular das lutas e das verdadeira história:
Eu nasci
Há dez mil'anos atrás
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais
Eu nasci
Há dez mil'anos atrás
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais
Eu vi Cristo ser crucificado
O amor nascer e ser assassinado
Eu vi as bruxas pegando fogo
Pra pagarem seus pecados
Eu vi!
Eu vi Moisés
Cruzar o Mar Vermelho
Vi Maomé
Cair na terra de joelhos
Eu vi Pedro negar Cristo
Por três vezes
Diante do espelho
Eu vi!
Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais
Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais
Eu vi as velas
Se acenderem para o Papa
Vi Babilônia
Ser riscada no mapa
Vi Conde Drácula
Sugando sangue novo
E se escondendo atrás da capa
Eu vi!
Eu vi a arca de Noé
Cruzar os mares
Vi Salomão cantar
Seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir
Com os negros prá floresta
Pro Quilombo dos Palmares
Eu vi!
Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais
Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais
Eu vi o sangue
Que corria da montanha
Quando Hitler
Chamou toda Alemanha
Vi o soldado
Que sonhava com a amada
Numa cama de campanha
Eu li!
Eu li os símbolos
Sagrados de umbanda
Eu fui criança pra
Poder dançar ciranda
Quando todos
Praguejavam contra o frio
Eu fiz a cama na varanda
Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais
Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais
Não! Não!
Eu tava junto
Com os macacos na caverna
Eu bebi vinho
Com as mulheres na taberna
E quando a pedra
Despencou da ribanceira
Eu também quebrei a perna
Eu também
Eu fui testemunha
Do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi
Brilhar no céu
E para aquele que provar
Que eu tô mentindo
Eu tiro o meu chapéu
Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais
Eu nasci (eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(Eu nasci há 10 mil anos)
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais 
O Dia em que a Terra parou...
Que música linda, essa: o Dia em que a Terra Parou. Letra fala na defesa de uma greve geral e irrestrita dos trabalhadores e de todos da sociedade. Visando destruir a sociedade burguesa e capitalista, substituindo pelo anarquismo e pelo socialismo do tropicalismo desbunde:


Essa noite eu tive um sonho
de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
com o dia em que a Terra parou
Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
o planeta
Naquele dia, ninguém saiu saiu de casa, ninguém
O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão, também não tava lá
e o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar
No dia em que a Terra parou (Êêê)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou
E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar
O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar
Outras músicas fazem críticas diversas...
Nas músicas Cowboy Fora da Lei, Metrô 743, Medo da Chuva, Rock das Aranhas, Tente Outra vez, Ouro de Tolo, Carimbador Maluco, entre outras, Raul Seixas criticas todos os sistemas políticos, sociais, filosóficos, ideológicos; as classes sociais (classe média) e tudo mais.
Ouro de Tolo fala da classe média alienada e contente com uma vidinha burguesa, enquanto milhares de brasileiros eram torturados e mortos:
Eu devia agradecer ao SenhorPor ter tido sucessoNa vida como artistaEu devia estar felizPorque consegui comprarUm Corcel 73Eu devia estar alegreE satisfeitoPor morar em IpanemaDepois de ter passado fomePor dois anosAqui na Cidade MaravilhosaAh!Eu devia estar sorrindoE orgulhosoPor ter finalmente vencido na vidaMas eu acho isso uma grande piadaE um tanto quanto perigosaEu devia estar contentePor ter conseguidoTudo o que eu quisMas confesso abestalhadoQue eu estou decepcionadoPorque foi tão fácil conseguirE agora eu me pergunto "E daí?"Eu tenho uma porçãoDe coisas grandes pra conquistarE eu não posso ficar aí paradoEu devia estar feliz pelo SenhorTer me concedido o domingoPra ir com a famíliaNo Jardim ZoológicoDar pipoca aos macacos


Raul Seixas sempre sempre o genial da Sociedade Alternativa!
Gênio mais popular do Rock do Brasil!
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Autor do artigo: Professor Tim é cientista político, blogueiro, sociólogo musical e fã de Raul Seixas.

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