Em dois momentos fotográficos, mesmo separados pela grande distância geográfica, respectivamente, em Crateús e no Rio de Janeiro, tornaram-se provas imagética da existência de um estado policial-midiático no Brasil. É a espetacularização sensacionalista das prisões de marginais comuns com grande cobertura da midia (televisão, jornais impressos, blogosfera).
Nas dependências da Delegacia Regional de Crateús, policiais militares (diversas corporações da PM)
tiraram fotos ao lado do 'monstro' Francisco Clóvis Camelo -acusado de ter assassinado a pauladas e facadas três crianças e a própria esposa com quem vivia, e depois tocado fogo na casa com os corpos lá dentro -num dos crimes mais bárbaros de todos os tempos.
tiraram fotos ao lado do 'monstro' Francisco Clóvis Camelo -acusado de ter assassinado a pauladas e facadas três crianças e a própria esposa com quem vivia, e depois tocado fogo na casa com os corpos lá dentro -num dos crimes mais bárbaros de todos os tempos.
Até mesmo a competente delegada Ana Scott
, delegada regional de Polícia Civil (Crateús) e sua equipe de policiais civis tiraram fotografias com o 'monstro de ipueiras', nas dependências da delegacia -dando publicidade midiática, pois as fotografias foram postadas nas redes sociais e em alguns blogs policiais.
, delegada regional de Polícia Civil (Crateús) e sua equipe de policiais civis tiraram fotografias com o 'monstro de ipueiras', nas dependências da delegacia -dando publicidade midiática, pois as fotografias foram postadas nas redes sociais e em alguns blogs policiais.
No Rio de Janeiro, cumprindo mandado judicial da Justiça carioca, policiais civis e militares prenderam o traficante 'Rogério 157' -considerado inimigo público nº 1 dos organismos de repressão policial e judiciária do Estado- e depois fotografaram
e até fizeram 'selfies' com o bandido famoso do 'Comando Vermelho'
.
e até fizeram 'selfies' com o bandido famoso do 'Comando Vermelho'.
Fatos que simbolizam um verdadeiro estado policial-midiático?
Por quais razões?
Por várias razões.
#Uma delas é a grande onda de violência social e urbana em decorrência da crise econômica do capitalismo excludente, da impunidade, do armamentismo e da participação de agentes do Estado no crime organizado, que faz com que se monte um grande aparato de repressão para prender ou até matar bandidos e marginais que desafiam a ordem pública e a paz social#.
Não apenas prender. Prender, sim, mas divulgar ao máximo na midia, espetacularizar as imagens dos marginais presos, para dizer para a sociedade que o crime não compensa.
Dar publicidade a prisões de marginais para evitar que outras pessoas possam praticar os mesmos crimes que eles praticaram, ou seja, o crime não compensa.
Um detalhe a mais. Os policiais (civis/militares) se acham os heróis, os militantes do bem contra o mal no maniqueísmo social, entendendo que tirar os bandidos de circulação faz parte do imaginário brasileiro de limpar a sociedade dos maus para mudar a sociedade e acabar com a injustiça, limpando os dejetos sociais e construindo uma nova sociedade de homens bons e correto, na visão primitiva e policialesca alienada deles.
<E, ao exibir as imagens de bandidos para as redes sociais e a imprensa, os policiais civis e militares, como se fossem membros da guarda celestial de Deus pela ética e pelos bons costumes, querem dizer que as faces e os rostos dos marginais não a imagem e semelhança de Deus, mas do diabo>.
É a síntese objetiva do estado policial-policialesco-midiático: tem que prender os bandidos e mostrar sua imagens à exaustão.
Resumo objetivo do estado policial-midiático!
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Editorialista: Professor Tim é cientista político e blogueiro!
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