Capa da revista VEJA sobre o crescimento do extremista de direita, Jair Bolsonaro, na disputa presidencial, levou o intelectual Montezuma a escrever: Direita, volver. Texto politicamente correto sobre o risco do Brasil mergulhar numa aventura de extrema direita militar e fascista.

DIREITA, VOLVER!
Ter como referência General Newton Cruz que o grande feito na carreira foi ser acusado de ter mandado matar o jornalista Alexandre Baumgarten. Foi a júri por isso. Ter o Coronel Brilhante Ustra, "Dr Tibiriçá", bestial torturador responsável pela morte de indefesos adversários políticos. "Dr Tibiriçá" é sinônimo de Torturador. Mas, as referencias do deputado Jair Bolsonaro não param por ai. Temos o folclórico ex-deputado Enéas Carneiro, uma figura estridente, com ideias inquisitoriais do pior período medieval. Mas, o pior ainda é ter o ultra conservador Olavo de Carvalho como seu principal teórico.
Este é o time que tutela a prática, as falas de Jair Bolsonaro. A Veja dessa semana traz em matéria de capa um alerta para o crescimento desse projeto atrasado, sem consistência, sem norte, mas que já acumula 30 milhões de possíveis eleitores. João Dória foi irreversivelmente engolido. Era uma farsa.
Bolsonaro tem o maior número de seguidores em todas as redes sociais. Aécio Neves também era o campeão.
Para Veja disponibilizar sua matéria de capa para fazer este chamamento, é certamente porque a ameaça é real, e de fato é mesmo. Lula não sendo candidato, o Brasil poderá regredir um século com a chegada de Jair Bolsonaro. Ciro Gomes, Marina Silva são ectoplasmas do que já foram.
E o que provoca este crescimento desse projeto? Uma sensação de pânico, e dimensiona o tamanho da estupidez nacional. Hoje diante dos fatos não hesito em afirmar que Lula é um mal menor. Nos já vimos o que fez. Mesmo com todas as acusações, ainda é a solução que pode impedir a treva que se aproxima
É preocupa visto que Bolsonaro tem seu maior público entre os jovens de 24 a 32 anos, de classe média e que moram em cidades acima de 50 mil habitantes. Pela a alienação que toma conta, este público não tem a menor ideia do que foram os anos de chumbo oriundo do golpe de 64, e que tem hoje o deputado como apologista. Este público que sectariamente se alinha com Bolsonaro não sabe o que é ter censura para tudo, não ter liberdade para nada. Não sabe, não tem ideia do que seja a ausência dos Direitos Fundamentais. Sabe lá o que é Dignidade da Pessoa Humana!
Bolsonaro não oferece a seus eleitores um conjunto concatenado de ideias, não articula uma visão de Estado nem se alinha com nenhum escola econômica. Mas, a seita que o segue não se interessa por isso. Não tem a menor importância. Bolsonaro faz a defesa de temas escolhidos a dedo, em discursos pasteurizados direcionados para um público ávidos para ouvir a senha redentora. Hitler também fazia assim. A defesa que Bolsonaro faz da unidade familiar é o exemplo mais degradante. Defende a família e no entanto já está na terceira. Mas, a seita quer lá saber disso. Prepare-se. Ainda é possível piorar. Ah! 450 cadetes na ultima turma da AMAN reverenciou Jair Bolsonaro como celebridade. E estou falando de uma Escola de Referência. De alunos do mais alto nível de conhecimento.